HGCC reforça cuidado e prevenção à violência contra a pessoa idosa em mês de conscientização
18 de junho de 2025 - 15:57
Assessoria do HGCC
Texto: Wescley Jorge
Fotos: Thiago Freitas
O cuidado da família é essencial para o bem-estar da pessoa idosa
Por ocasião do Dia de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, celebrado neste mês de junho, o Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC), da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), destaca a importância da escuta qualificada e do atendimento multiprofissional na assistência à população idosa. No HGCC, esse acompanhamento faz parte da rotina de trabalho da equipe do Serviço de Geriatria, que atua com uma abordagem integral e humanizada.
O serviço ambulatorial de Geriatria do HGCC, que já realizou 871 atendimentos de janeiro a abril desse ano, oferece um cuidado ao paciente desde fases leves do envelhecimento até casos mais avançados, como os de demência. Também há dispensação de medicamentos de alto custo, específicos para pessoas em tratamento. “Quando a doença atinge um grau em que os medicamentos já não surtem efeito, esses pacientes são encaminhados para atendimento domiciliar pelas unidades básicas de saúde”, explica a geriatra e coordenadora do serviço, Ianna Lacerda.
A equipe do hospital é composta por médicos geriatras, enfermeiros, assistente social, psiquiatra, psicólogos, nutricionista e técnicos de Enfermagem. Essa composição permite um olhar amplo, que inclui tanto o idoso quanto seus familiares e cuidadores.
O cuidado integral tem reflexos diretos na qualidade de vida dos pacientes
Durante o atendimento, a enfermeira Albertina Sydney observa os principais desafios enfrentados no cuidado diário. “Trabalhamos com os cuidados em relação à pele, à alimentação, à cognição e, principalmente, com a sobrecarga do cuidador, que muitas vezes sofre também. Quando falamos de doenças como a demência, percebemos que o esgotamento físico e emocional pode levar a episódios de negligência ou até violência. A gente tem que ter a sensibilidade para acolher a demanda da família, entender o contexto do adoecimento”, alerta.
Esses sinais, muitas vezes sutis, exigem atenção redobrada. A escuta cuidadosa é uma das ferramentas principais da equipe, como reforça a assistente social Tayná Araújo. “A violência contra o idoso não é apenas física. Existem formas silenciosas, como a psicológica e a patrimonial. Por isso, realizamos entrevistas sociais, escuta qualificada, e, quando há suspeita ou confirmação de violência, encaminhamos o caso ao Ministério Público e à Promotoria do Idoso”, afirma.
Para além dos relatórios e encaminhamentos, o objetivo do atendimento é enxergar a pessoa idosa em sua totalidade. “A gente busca conhecer quem ela é, onde mora, sua rede de apoio. Não é só um número de prontuário, é uma história de vida que precisa ser respeitada”, destaca Araújo.
Esse cuidado integral tem reflexos diretos na qualidade de vida dos pacientes. Dona Maria Monteiro, 79 anos, por exemplo, tem alcançados ótimos resultados em um tratamento que realiza na unidade. Após um mês de internação no HGCC em 2024, hoje ela segue em acompanhamento ambulatorial e comemora o carinho da família. “Graças a Deus, eu recebo muita atenção deles. Todos me respeitam e se importam comigo. O mais importante é o respeito, e isso eu recebo deles. Fico muito feliz pela atenção que me dão”, diz emocionada.
Dona Maria Monteiro é acompanhada pela filha na consulta de retorno e recebe as orientações do médico
Sua filha, Maria Gracineuda, que a acompanha na consulta de retorno, reforça que o cuidado vai além dos medicamentos. “O cuidado em si não é só levar nossas pessoas queridas ao médico. Eles querem mais uma atenção, um carinho, a empatia, um abraço; dizer ‘eu te amo’. Eles precisam muito mais de carinho, eu acho que ela (a mãe) se sente muito melhor assim. Se sente amada, acarinhada. A gente a leva para sair, para passear, ela viaja também aqui pertinho, vai para o interior dela. Não é abandonada de maneira alguma e é amada por todos nós”, garante.
Para o médico Gleison Vitor Ferreira, o compromisso com o envelhecimento digno, seguro e respeitoso é rotina do HGCC. Ele acompanha a evolução de Dona Maria e a destaca como um exemplo positivo. “Ela está cada vez melhor. A evolução dela está sendo muito boa”, diz.