Ambulatório de Reumatologia do HGCC acompanha pacientes com Lúpus

20 de junho de 2024 - 14:03

Assessoria do HGCC
Texto: Wescley Jorge
Fotos: Thiago Freitas


No ambulatório, os pacientes passam por uma avaliação completa de sua condição

Centro de Ambulatórios do Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC), equipamento da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), realiza atendimentos em diversas especialidades médicas, bem como atendimento multidisciplinar. No ambulatório de Reumatologia, por exemplo, destaca-se também o cuidado de pacientes com lúpus. Como uma doença complexa, autoimune, que pode afetar diversas partes do corpo, como a pele até órgãos vitais, requer uma abordagem multidisciplinar e personalizada.

Nos casos de internação e no acompanhamento realizado no Ambulatório do HGCC, o paciente encontra um atendimento integrado e abrangente. “Existem duas formas de o paciente com Lúpus entrar no hospital. A primeira é quando ele vem da rede e é internado. A gente faz o diagnóstico e inicia o tratamento. Com a alta, ele vai ser acompanhado no ambulatório. A segunda é via Central de Regulação para o ambulatório”, define a médica Priscila Dourado, coordenadora do Ambulatório.

No ambulatório, os pacientes passam por uma avaliação completa de sua condição. O ambiente acolhedor e humanizado proporciona conforto durante todo o processo de tratamento. Outra estrutura disponibilizada é a sala de infusão, espaço do Hospital que permite a aplicação das medicações. “Esse paciente ambulatorial pode fazer o medicamento, que a gente prescreve, também na nossa sala de infusão”, complementa Dourado.

Tatiana Rodrigues da Silva, 37, é uma das pacientes acompanhadas pelo Serviço Ambulatorial de Reumatologia. Ela deu entrada no HGCC, transferida da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), em 15 de janeiro de 2016. À época, não conseguia mais se alimentar ou sequer falar direito. O Lúpus atingiu os rins, o coração, o pulmão e a pele da paciente. Foram 45 dias no primeiro internamento. Ela passou inclusive pela UTI e precisou fazer hemodiálise. Em dois anos, foram três admissões para a internação.

“No início, era mais difícil. Eu fiquei sem andar e dependia muito de outras pessoas. Graças a Deus, minha família me apoia. Eu tinha uma vida totalmente ativa. Trabalhava, estudava, cuidava da filha, da casa, e, de repente, tudo para. Foi bem complicado. Depois que eu atingi a remissão, consegui me ver mais como uma sobrevivente. Eu precisava viver minha vida intensamente. Estou finalizando minha faculdade. Eu não deixo mais o Lúpus me privar dos meus sonhos, da minha vontade. Eu não me privo mais de viver”, relata Tatiana.

Doença autoimune

Para entender melhor a manifestação do Lúpus, a médica explica o que acontece com a pessoa portadora de doença autoimune. “A doença autoimune se dá quando o nosso sistema imunológico começa a ficar desorganizado. Em vez de ele atacar ou proteger o corpo só contra bactérias, vírus, fungos, ele começa a atacara as células do nosso corpo. Reconhece como células ruins. Mas para que a doença aconteça, tem que ter o fator genético, o fator hormonal e os fatores ambientais, por exemplo, o sol. O sol ativa a doença. Por isso, muitos trabalhadores são afastados do trabalho”, explica Dourado.

Sintomas

Ela aponta sintomas que são prevalentes na doença. “O paciente tem manifestações na pele, em formato de asa de borboleta, que aparece na face, que é bem comum; dores articulares, alopecia, que é a queda de cabelo; precisa procurar o posto de saúde para ser referenciado para um atendimento secundário ou terciário, dependendo da gravidade do acometimento do Lúpus”, acrescenta a médica.

Mesmo com a doença, Tatiana Rodrigues busca viver e não deixar que o Lúpus a impeça de continuar. “Sempre tive muita fé. Eu estou bem, eu estou viva, estou vivendo minha vida como eu quero viver. Lógico tem que ter alguns cuidados; têm uns comprimidinhos aqui e acolá para tomar no horário? Tem. Mas isso não me impede mais. E tem a minha filha. Minha bênção de 10 anos. Falar da Beatriz é o que me move. Minha filha é a alegria em pessoa. E eu vivo para ter os momentos com ela”, finaliza.