Método Canguru do Hospital César Cals acompanha bebês mesmo após alta

15 de outubro de 2018 - 14:00

Em uma viagem área, alguns cuidados são importantes para garantir o conforto do bebê e da mãe que amamenta, como oferecer somente a mama e observar a postura, para não facilitar que a criança regurgite. “O peito vai ajudar o ouvido para que não doa. Aquecer, deixar próximo à pele e, assim que chegar ao destino, marcar a consulta com pediatra”, aconselha a médica Moema Gondim Lacerda, do Método Canguru do Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC), do Governo do Ceará.

Essas foram algumas das orientações na consulta de retorno do pequeno Gabriel, filho de Gilsilene dos Santos Rocha, logo após a alta provisória, em 27 de agosto. Ela é natural do Pará e veio a Fortaleza faltando apenas 10 dias para completar sete meses de gestação. É costume de Gilsilene vir duas vezes ao ano fazer compras na capital do Ceará. Foi na manhã de domingo, dia 8, que as dores aumentaram e Gilsilene chegou ao Hospital César Cals. Ela deu entrada na emergência do HGCC às 15 horas e às 20 horas o filho nasceu. Prematuro, Gabriel nasceu pesando 1.460 kg, passou por toda assistência neonatal, de cuidados convencionais e a unidade Canguru, onde esteve junto à pele da mãe, que participou ativamente dos cuidados.

Gilsilene e o Gabriel permaneceram 45 dias no hospital. Ela ficou longe da família, dos amigos, e ainda precisou se despedir do outro filho e da amiga que a acompanhavam. “Ah, foi desesperador. Muito tenso. É uma situação que a gente já está vulnerável por naturalidade, porque está longe de casa, de parentes. Tudo para mim foi novo. Da cultura alimentar até eu precisar conviver com pessoas que eu nunca tinha visto. Mas, graças a Deus, hoje eu só tenho a agradecer a esse hospital, pelos profissionais excelentes, por tratarem a gente tão bem”, agradece. O tempo que passou longe de casa serviu para que ela tivesse uma nova experiência e pudesse se dedicar exclusivamente ao bebê, que recebeu alta pesando 1.750kg.

No dia do retorno marcado, para finalmente ser liberada com o filho e assim poderem viajar às terras paraenses, eles estavam participando da terceira fase do Método Canguru. O cuidado especializado é estendido ao bebê mesmo após a alta. “É um período de adaptação, de acompanhamento para ver como o bebê se comporta inserido no ambiente familiar”, explica Natércia Bruno, enfermeira e coordenadora da referência estadual. No caso de Gabriel, os resultados foram os melhores. “Ele está só no peito, já é sinal de que está tudo bem. Tem uma anemia moderada, mas já está sendo tratada”, reforça a pediatra. A amamentação é essencial para uma recuperação rápida e ganho de peso, além de deixar o recém-nascido mais saudável.

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Para Gilsilene, o tempo em que passou com o filho no Hospital César Cals foi inesquecível, o acolhimento na Unidade de Cuidados Intermediários Canguru (UCINCa) permitiu um novo significado para a maternidade. Ela voltou ao Pará feliz e recompensada, mesmo que tenha sido tudo longe de casa. “A experiência aqui foi excelente. Foi a faculdade para ser mãe de verdade. Aqui no hospital, no Canguru, eu só me aperfeiçoei porque eu descobri a importância da amamentação, a importância do leite materno para a vida de criança. Eu não dava muita importância para isso. Eu pretendo amamentar meu filho daqui pra frente todos os dias da minha vida, até ele querer”, ressalta animada.

No Hospital César Cals, quando o bebê já tem condições clínicas de ir para casa, é dada a alta provisória, com retorno já agendado para avaliação. A partir de então, com a alta permanente, o acompanhamento intensivo é feito no setor ambulatorial. No caso de Gabriel, a mãe Gilsilene foi orientada a procurar um pediatra assim que chegasse ao Pará. Neste ano, até a primeira semana de outubro, 144 bebês já estiveram na Unidade Canguru do HGCC, onde há dez leitos.

O Método Canguru

A primeira etapa inicia ainda durante a gestação de risco ou nas unidades de cuidados intensivos neonatais. Tem como objetivo apresentar às mães as condições do bebê prematuro, as oportunidades e chances para que haja uma integração, além de favorecer o vínculo, o contato pele à pele entre mãe e filho. A equipe age de maneira humanizada, integrando a mãe ao ambiente hospitalar de UTI.

A segunda etapa é o momento da Enfermaria Canguru, de fato. É o espaço onde a mãe passa a ser acompanhante, ao permanecer 24 horas com o bebê na posição canguru, ou seja, entre os seios, preso a uma bolsa atrelada ao corpo dela. Essa técnica favorece o aleitamento materno, que é um dos principais objetivos do método. A mãe também tem a oportunidade de realizar todos os cuidados, já se preparando para quando chegar o momento de ir para casa.

A admissão ao método canguru se dá quando o médico pediatra neonatal avalia o recém-nascido e comprova que ele está respirando bem, sem o uso de aparelho e hemodinamicamente estável, e a mãe concorda.

Já a terceira e última etapa é constituída pela alta hospitalar que se dá em dois momentos. No primeiro, é dada a alta provisória para que a mãe passe o final de semana em casa e retorne na segunda-feira. Durante esse período, o retorno dela está garantido, com bloqueio do leito hospitalar. No segundo, o bebê passa por uma nova avaliação e, de acordo com o resultado, ele terá a alta definitiva, sendo encaminhado para o ambulatório de segmento do Canguru, tanto no HGCC, como em outras unidades de saúde, especialmente aquelas que já passaram pelo treinamento.

 

Assessoria de Comunicação do HGCC
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