Aleitamento materno favorece a recuperação de bebês no HGCC
12 de maio de 2017 - 15:40
O dia começa cedo para Maria José Alves, costureira, de Tejuçuoca, que acompanha o filho no Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC), da rede pública do Governo do Estado do Ceará. Ela desperta por volta de 6h e já se prepara para a primeira ordenha do leite materno, para levar ao pequeno Adrian Levi, que está na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal desde o dia 20 de fevereiro, quando nasceu prematuro de cinco meses, na maternidade do HGCC.
“No início, foi difícil para ordenhar, mas com o apoio do banco de leite, da equipe de enfermagem, nas enfermarias, as coisas foram dando certo e o meu leite foi vindo cada vez mais”, lembra a mãe, que faz a ordenha a cada duas horas para levar o leite materno até o filho. Adrian nasceu com apenas 740g, depois de três meses de tratamento, ele já está com 1,555 kg. Com toda essa evolução e recuperação, nesta sexta-feira, 12, será ainda mais especial para mãe e filho. “Na sexta-feira, ele irá para o médio risco, vai sair da UTI”, conta animada.

O cuidado com o recém-nascido no HGCC é acompanhado de perto pelos pais. Eles recebem toda atenção para estar juntos da equipe, interagir com o filho e fazer parte dos cuidados. “Todo fim de semana, o meu marido e a minha filha mais velha visitam o Adrian”, informa. Além disso, o apoio que as mães recebem umas das outras também contribui para o fortalecimento e ajuda no cotidiano hospitalar. Segundo Maria José, com o passar do tempo, o cansaço e a demora podem desanimar, mas ela sabe que é preciso se dedicar para fazer o melhor pelo filho. “Eu fico muito feliz em ver a recuperação dele. Às vezes, a esperança falta, mas logo mudo o meu pensamento e sei que tudo vai dar certo”, enfatiza.
Luta que valeu a pena
Quem teve uma experiência parecida foi Antônia Auricélia da Silva. Ela sempre imaginou que a primeira filha nasceria no tempo certo, sem nenhuma preocupação além daquelas normais do cotidiano de ter uma filha recém-nascida em casa. Os planos foram mudados no dia 13 de março, quando intercorrências fizeram com ela procurasse a Emergência Obstétrica do Hospital César Cals. Ela foi atendida, fez exames, ficou em observação, e foi encaminhada à Casa da Gestante. Cuidados intensivos foram necessários para que a gestação transcorresse tranquila e ela pudesse dar à luz. Foi o que aconteceu no dia 5 de abril de 2016, dia em que a pequena Eloá Larissa chegou, cinco meses antes do previsto.

Prematura, de 25 semanas, ela recebeu todos os cuidados, foi encaminhada para a UTI Neonatal, onde permaneceu durante três meses. Em seguida, com a recuperação, foi feita a transferência para o berçário de médio risco, para a continuidade do tratamento, que durou mais dois meses. A visita mais importante era a da mãe, que acompanhava a filha todo instante. “Eu fazia a ordenha durante todo dia. Tinha dia que eu ia dormir 2h da manhã, sempre fazendo a ordenha para levar leite para minha filha. Eu tinha muito leite. Só na máquina eu tirava três vezes ao dia. O meu leite dava para a minha filha, eu estocava e ainda doava leite para outros bebês”, lembra Auricélia.
O momento tão esperado de ir para casa chegou. A alta hospitalar de Eloá foi dada no dia 17 de setembro de 2016. O sonho de ter a filha em casa, saudável e feliz, com toda a família, se faz realizado diariamente. Ela conta que recebeu todo apoio do hospital, todos os cuidados necessários para a recuperação da filha, mas que a vontade de levá-la para casa sempre a fortaleceu. “Nunca tinha passado por isso, nunca imaginei que isso fosse acontecer comigo, nem muito menos sabia que um bebê de cinco meses poderia sobreviver. Aprendi a ser mais forte. Quando imaginei que eu era fraca, que não ia conseguir, ela melhorava e eu ficava mais forte. Tudo compensou e valeu a pena a luta a todo instante”, comemora a mãe de Eloá.
Auricélia esclarece que a filha apresentou vários problemas, como displasia broncopulmonar e renal, pneumonia, entre outras complicações devido à prematuridade. De acordo com o diagnóstico, ela apresentou incompetência istmo cervical, ou seja, tendência a ter um colo do útero mais sensível ao peso da gravidez. E foi isso que ocasionou o nascimento precoce da filha. Nas próximas gestações deverá fazer inclusive acompanhamento e tratamento para a contenção da bolsa por procedimento de cerclagem, que nada mais é do que alguns pontos dados para evitar que o colo do útero abra ainda mais e a bolsa seja rompida.

Atualmente, depois de todos os problemas enfrentados, Eloá está bem e não sentiu mais nada depois que saiu do hospital. Porém o cuidado é intenso e redobrado. Para a mãe, todo o esforço foi válido. “Eu sou uma mãe muito feliz. Meu sonho era ver minha filha bem, em casa. Vivo para me dedicar a ela,” finaliza.
Diferencial
São essas histórias que se completam e que se assemelham que mostram a importância do cuidado neonatal e da dedicação dos pais, especialmente da mãe com o aleitamento materno, que faz o diferencial na recuperação dos recém-nascidos prematuros.“Quando a mãe amamenta, os bebês passam a contar com um estímulo para as defesas do corpo, além de prevenir contra diarreias, infecções respiratórias , e reduzir o tempo de internação”, explica Rejane Santana, coordenadora do banco de Leite do HGCC.
O cuidado com a mãe e com o recém-nascido no Hospital César Cals inicia ainda no pré-natal de alto risco. A Casa da Gestante, o Banco de Leite Humano, o Alojamento Conjunto, onde a mãe permanece ao lado do filho, a Unidade Neonatal, da qual faz parte também o Método Canguru, adotado há quase 20 anos no HGCC, são essenciais e fazem a diferença para o sucesso de casos como o de Adrian Levi e Eloá Larissa.
Fotos: Assessoria de Comunicação do HGCC
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