Banco de leite reforça ações para garantir o aleitamento materno

4 de maio de 2015 - 10:39

O aleitamento materno no Hospital Geral Dr. César Cals, unidade da rede estadual de saúde, começa a fazer parte da vida da mãe ainda durante o pré-natal. São nas consultas mensais, realizadas no ambulatório do hospital, que elas ficam sabendo sobre a importância do leite para o bebê, que, quanto amamentado, passa a contar com um estímulo para as defesas do corpo, além de prevenir contra diarreias, infecções respiratórias e alergias. Para as mães, também há benefícios. De acordo com Cristina Rabelo, enfermeira do banco, quando elas amamentam, especialmente logo após o parto, há a liberação mais rápida da placenta, diminuição do sangramento pós-parto, por conta da contração uterina, prevenção da anemia e o fortalecimento do vínculo afetivo.  Também, durante o período em que ficam internadas ou acompanhando o filho no tratamento, elas são informadas sobre a importância do aleitamento e convidadas a doar.

Foi o que aconteceu com Patrícia Samara Lourenço Oliveira, que teve o segundo filho no HGCC, no dia 28 de janeiro. O filho dela precisou passar pela Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, depois ficou com a mãe no alojamento conjunto. Patrícia conta que ao entrar na UTI ficou comovida e percebeu que podia ajudar aos outros bebês internados, pois tinha excesso de leite. Ela foi ao banco, recebeu as orientações e, desde então, passou a doar. Segundo ela, já fez mais de cinco doações depois que foi para casa.

Para assegurar o aleitamento após a alta hospitalar, conseguir mais doações e garantir o estoque, nos últimos três meses, o banco de leite implantou mais dois serviços, voltados para os estudantes de medicina e de outras áreas da saúde, como Fisioterapia, Serviço Social, Enfermagem e Psicologia. O primeiro é referente ao programa de internato do hospital, no qual os estudantes de medicina, das várias especialidades, conhecem todo o processo e as ações adotadas para o incentivo à doação e ao aleitamento materno. Já os residentes da Residência Integrada em Saúde (RIS) também desenvolvem um trabalho especial para fortalecer o processo de doação e aleitamento. Além das conversas no hospital com as pacientes, sob orientação dos preceptores, são agendadas visitas em casa, para conhecer o local onde vive a família, orientar sobre a maneira correta de retirar o leite, responder as dúvidas relacionadas à amamentação e fortalecer o vínculo com a instituição, para garantir a doação de maneira adequada, evitando a contaminação do leite.

A residente de enfermagem, Samara Girão, explica que é realizado um primeiro contato, que é um momento de escuta, para saber como a mãe está procedendo. Em seguida, é feita uma orientação individual e específica para cada mãe, a partir do conhecimento da realidade das doadoras. Elementos como a dinâmica familiar, o contexto social e as necessidades de cada uma delas são consideradas na hora de orientar e esclarecer. Para as residentes participantes, as visitas são uma extensão da atenção do cuidado às mães, mesmo fora do hospital. “É o hospital saindo da instituição e indo até o domicílio,” destaca Atália Santos, residente de Serviço Social. Ao final de cada atendimento, as mães recebem o certificado de doadora, como reconhecimento de sua disponibilidade em ajudar a salvar vidas. Além das visitas domiciliares, são realizadas também visitas às Unidades Básicas de Saúde, uma ação de orientação às gestantes do pré-natal.

Quem já recebeu uma visita em casa foi Claudiane da Costa Silva, que, após o nascimento do filho, no dia 20 de março, percebeu que tinha muito leite. No primeiro dia, dos seis que ficou internada, ela foi convidada pela enfermeira responsável para conhecer o banco. Desde então, não parou mais de doar. Antes mesmo de sair de alta, no dia 26 de março, ela fez o cadastro como mãe doadora. Já no dia 1 de abril, ela recebeu a visita da equipe para reforçar e aplicar todas as técnicas de ordenha em casa, bem como receber o auxilio na hora de amamentar. “A gente se sente mais segura, apoiada, sabe que pode contar. É bom saber que tem gente que se preocupa”, conta a doadora. Agora, toda semana, ela liga para o HGCC para fazer a doação. “Como eu tenho muito leite, passei a ajudar doando”, reforça.

Outra atuação da equipe de aleitamento é a conversa realizada com os pais que terão o primeiro filho. Eles se encontram no banco com os profissionais para receberem as primeiras orientações sobre o processo de amamentação, passam a conhecer o funcionamento do banco e da unidade neonatal e já são incentivados a fazer doação.

O banco de leite do Hospital Geral Dr. César Cals é o primeiro do estado do Ceará a funcionar 24 horas por dia, todos os dias da semana. De janeiro a março de 2015, o Hospital César Cals, juntamente com os seus dez postos de coleta, coletou 829 litros de leite e distribuiu 845 litros. Com isso, só no HGCC, 770 recém-nascidos foram beneficiados com o leite doado. As mães e familiares também obtiveram benefícios. Foram 1445 atendimentos em grupo, para orientações, 5091 atendimentos individuais e 1144 visitas domiciliares. Todas essas ações garantiram um cuidado voltado para o fortalecimento do bebê internado na UTI e a redução do tempo de permanência, favorecendo a alta de recém-nascidos mais fortes e saudáveis.

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Wescley Jorge
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