Sesa faz treinamento para expandir Hospitais Amigos da Criança

10 de dezembro de 2010 - 19:03

A Secretaria da Saúde do Estado quer expandir a adesão de maternidades e hospitais do Ceará à Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC) e reforçar a estratégia nas 30 unidades que já a adotaram. Para tanto, realiza de segunda a quarta-feira, 13 a 15 de dezembro, o Curso de Formação de Multiplicadores da IHAC para treinar 30 representantes de municípios e hospitais interessados em aderir à iniciativa. Segunda e terça-feira o treinamento acontece no Auditório Waldir Arcoverde, da Secretaria da Saúde do Estado, Avenida Almirante Barroso, 600 Praia de Iracema. Na quarta-feira, os participantes do curso irão conhecer o Banco de Leite do Hospital Geral Dr. César Cals, na Avenida do Imperador, 545, Centro.

A Iniciativa Hospital Amigo da Criança foi idealizada em 1990 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância e Adolescência (UNICEF) para promover, proteger e apoiar o aleitamento materno. O objetivo é mobilizar os funcionários dos estabelecimentos de saúde para que mudem condutas e rotinas responsáveis pelos elevados índices de desmame precoce. Para isso, foram estabelecidos os Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno. Para se tornar Amigo da Criança, o hospital interessado deve aderir aos
“Dez Passos” e ao Código Internacional de Comercialização dos Substitutos do Leite Materno pelas maternidades certificadas.

Os dez passos são recomendações que favorecem a amamentação a partir de práticas e orientações no período pré-natal, no atendimento à mãe e ao recém-nascido ao longo do trabalho de parto e parto, durante a internação após o parto e nascimento e no retorno ao domicílio, com apoio da comunidade. Estudos realizados em diferentes países, incluindo o Brasil, concluem que a IHAC é uma estratégia efetiva para o incremento da prevalência e da duração da amamentação exclusiva e total.

O aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida pode evitar, anualmente, 1,3 milhão de mortes de crianças menores de 5 anos no mundo. Os bebês até os seis meses não precisam de chás, sucos ou outros leites, nem mesmo de água. Após essa idade, deverá ser dada alimentação complementar apropriada, mas a amamentação deve continuar até o segundo ano de vida da criança ou mais.

Amamentar os bebês imediatamente após o nascimento pode reduzir consideravelmente a mortalidade neonatal – aquela que acontece até o 28º dia de vida – nos países em desenvolvimento. De acordo com o Unicef, no Brasil, do total de mortes de crianças com menos de 1 ano, 65,6% ocorrem no período neonatal e 49,4% na primeira semana de vida.

No Ceará, a taxa de prevalência do aleitamento materno exclusivo até os 120 dias passou de 55,6% em 1999 para 71,1% em 2009 – um crescimento de 28% em 10 anos. A promoção da amamentação exclusiva, ao lado de outras ações de prevenção e assistência, fez a taxa de mortalidade infantil no Ceará cair mais de 53% no mesmo período, passando de 28,7 por mil nascidos vivos em 1999 para 15,3 por mil nascidos vivos em 2009.

O aleitamento materno na primeira hora de vida é importante tanto para o bebê quanto para a mães. Auxilia nas contrações uterinas, diminuindo o risco de hemorragia. A amamentação fortalece ainda o vínculo afetivo entre mãe e filho.

O leite materno contém todas as proteínas, açúcares, gorduras e vitaminas que o bebê necessita para ser saudável e protege ainda de doenças como otites, alergias, vômitos, diarréia, pneumonias, bronquiolites e meningites. Melhora ainda o desenvolvimento mental do bebê, da formação da boca e do alinhamento dos dentes, além de ser mais facilmente digerido do que o leite em pó.